Hoje, vamos falar de um espaço muito apreciado por todos: a área externa de casa, que geralmente contempla um jardim agradável, uma piscina para aproveitar ao máximo os dias quentes, um tranquilo cantinho de leitura, ou até mesmo um local para realizar festas ou encontros entre amigos. Para que esse refúgio fique exatamente como os moradores sonham, trarei algumas dicas para quem for construir ou reformar essa área.
Já comentei isso em outros artigos, mas é sempre bom lembrar. Toda vez que estamos falando de áreas externas, ficamos “reféns” do clima. Então, por exemplo, se hoje você for fazer um contrapiso externo, mas o tempo estiver sinalizando chuva, há duas escolhas: ou terá que cancelar a atividade ou então correrá o risco de perder material e, consequentemente dinheiro. Portanto, quando você for montar o seu cronograma de obra, se for possível, fuja da época de temporais para que não ocorram imprevistos.
No entanto, há situações em que ocorre exatamente o contrário. Como na hora de executar o paisagismo, atividade não indicada para o alto Verão, com dias excessivamente ensolarados. Afinal, as plantas não irão resistir, pois elas precisam de tempo para criarem raízes e se fixarem no local.
Sendo assim, faça “chuva” ou faça “sol”, você precisar ter um cronograma organizado e que já tenha espaço para eventuais cancelamentos.
Nesse sentido, é importante sempre colocar uma observação no cronograma para o seu cliente, a fim de evitar possíveis processos. Por exemplo, em uma reforma de calçada que meu escritório executou, nós inserimos uma cláusula no contrato, de que a obra seria realizada em 30 dias de sol. Em caso de chuvas, nós ganharíamos dias extras de acordo com o tempo. Dessa maneira, a minha equipe consegue trabalhar com tranquilidade com relação aos prazos, sem a preocupação com multas contratuais. Ao mesmo tempo, o contratante agradece a transparência e, também, pode se programar.
Já que estamos falando de intempéries, é essencial escolher os materiais, revestimentos e móveis adequados e resistentes para as áreas externas, pois são peças que terão contato direto com o sol e a chuva. Então, vamos falar do caso da madeira, que pode ser usada em decks – há alguns tipos que suportam ficar embaixo de sol e chuva, porém vão precisar de manutenção. Assim, você não pode deixar a madeira lá e simplesmente “esquecer”, como se fosse um porcelanato, o tratamento é totalmente diferente. Será preciso reaplicar o verniz de tempos em tempos, lixar e tomar todos os cuidados.
Com relação ao tipo de madeira indicado para esses locais, em casas de praia eu faço muito deck de cumaru, que é uma madeira mais rígida. Mas, por exemplo, eu não aconselho a utilização de pinus, porque é uma madeira muito mole, não irá aguentar a chuva e provavelmente vai estragar em poucos dias.
É preciso pensar muito bem em como fazer a drenagem. Não é simplesmente criar um espaço em volta da piscina, ou um caminho bonitinho no jardim. Inclusive, muita gente só lembra da drenagem depois que o jardim já está pronto, portanto, está tudo errado! Dependendo de como você criar esses espaços de drenagem, há o risco de acumular água, virar um espelho d’água ou até mesmo invadir a casa. Por isso, minha dica é averiguar com cuidado esse aspecto e pedir ajuda de um profissional experiente.
Com relação ao tema, é importante analisar todas as possibilidades. Por exemplo, agora estou realizando um projeto de uma clínica que tem uma área externa na cobertura, por isso estamos fazendo a captação de água. Dessa forma, se a captação não for realizada corretamente, há o risco de a água invadir o imóvel e gerar enormes prejuízos. Por isso, seja em uma casa térrea, no segundo andar de uma empresa ou na cobertura de um prédio, se houver área externa, verifique com cautela a questão da drenagem.
Se você tem um terreno na terra bruta, por assim dizer, e quiser construir algo em cima - uma piscina, ou uma laje como se fosse uma quadra - por exemplo, é primordial realizar uma impermeabilização. Afinal, quando você encostar qualquer superfície em cima do terreno, você precisa lembrar que em volta dele continua tendo terra ou grama. Portanto, a água da chuva vai permear e ficar acumulada aí, o que provavelmente irá gerar infiltrações.
Já vi muita gente fazer uma varanda, ou uma laje radier, na área externa e apoiar em cima do solo. Porém, se não houver a impermeabilização correta, essa água pode acabar entrando para dentro de casa.
Também já vi pessoas instalarem revestimentos caros em piscinas e áreas de lazer – como os atérmicos, cimentícios, mármores ou granitos, mas acabaram manchando em decorrência desse problema. Por isso, lembre-se: área externa não é tão simples quanto parece, não adianta apenas sair “revestindo” por cima do contrapiso. Estar precavido e tomar vários cuidados é essencial.
Quando você for fazer a reforma de área externa, que foi contemplar uma piscina, primeiramente você precisa definir se haverá aquecimento. Não adianta lembrar disso depois, pois esse é um dos aspectos mais importantes para se prever. A partir dessa escolha, serão realizadas todas as adequações no quadro. Por exemplo, quando falamos de piscina, existe a possibilidade de ter um aquecimento elétrico, a gás ou solar. Com relação ao tratamento, há aqueles feitos com cloro, ozônio, sal, cobre ou ultravioleta. Cada opção dessas requer uma infraestrutura diferente. Então, o morador precisa de alguém que faça essa consultoria para saber o modelo / tipo mais indicado a depender do caso, do orçamento e questões de saúde também.
Muitas pessoas pensam que o paisagismo é algo simples. Entretanto, se existe a profissão de paisagista está claro que o tema é mais complexo do que parece, não é mesmo? Esse profissional vai analisar uma série de aspectos que muita gente nem imagina, tais como: onde fica a residência, qual é o clima da região, qual a composição daquele solo, quais as plantas mais indicadas para aquele espaço, qual a posição do sol para incluir as plantas de acordo com suas necessidades, entre muitas outras variáveis. Por exemplo, se você fala que tem uma casa de praia, o solo do litoral de São Paulo (região Sudeste), não é o mesmo do Sul do país, nem do litoral do Nordeste brasileiro.
Um erro muito comum que vejo é quando as pessoas decidem plantar espécies na calçada em frente de casa. No entanto, se você não souber como é a reação da raiz daquela planta, há o risco de quebrar a calçada, o muro de divisão com o seu vizinho, entre outros inconvenientes. Lembre-se que o paisagismo não está ligado somente às plantas, mas em tudo que remete à paisagem – pedras, muretas, revestimentos, plantas, flores, adornos, etc. Então, mais uma vez o meu conselho é: busque um profissional qualificado, pois o barato pode sair caro!
Como moramos em um país tropical, a abundante iluminação natural do dia faz com que muita gente se esqueça de iluminar a área externa à noite. Mas é preciso da luz artificial para andar em segurança durante à noite, assim como promover aquela festa especial com seus amigos. Nesse sentido, há vários tipos de iluminação, que vão variar de acordo com o espaço e o objetivo escolhido – luminárias para a vegetação, luzes para as áreas sociais, luzes de caminhos e de segurança, etc.
Há também a sensação que o morador busca obter com um determinado tipo de luz. Por exemplo, para quem quer um jardim aconchegante, não é recomendado acender um refletor intenso, pois ficará parecendo um estádio de futebol.
Além disso, as luminárias precisam ser resistentes à chuva ou a jatos de água da piscina, para ficarem na área externa. Dessa forma, ao comprar uma peça verifique o índice de proteção (IP). Para se ter uma ideia, quando o produto possui IP65 isso significa que é resistente à poeira e a respingos d’água. Enquanto aqueles que possuem IP67 possuem resistência à imersão temporária na água. Dessa forma, vale a pena procurar um especialista em iluminação ou lojas do segmento para obter uma orientação a respeito.
Criado há 14 anos, o escritório é comandado por Bruno Moraes, arquiteto formado pela Faculdade Belas Artes de São Paulo (FEBASP) e pós-graduado em Gerenciamento de Empreendimentos na Construção Civil pela FAU Mackenzie. Bruno passou por grandes escritórios, como o do arquiteto Siegbert Zanettini, onde participou do projeto de ampliação do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), da Petrobras, considerado o maior projeto sustentável da América Latina.
O escritório atua nas áreas de gerenciamento e execução de obras, além de se dedicar à concepção de projetos de casas, reforma de apartamentos, retrofits, espaços corporativos e áreas comuns de edifícios. Dispõe de equipe própria de obra, cuidadosamente treinada para gerir os trabalhos com processos próprios desenvolvidos pelo escritório que usa, entre outros diferenciais, um aplicativo personalizado. A marca BMAStudio tem trabalhos publicados nas mais importantes publicações de decoração e arquitetura do Brasil. Desde 2019 participa do quadro de decoração do Programa da Eliana, no SBT, e em 2022 assina novamente a reforma de novos ambientes.